domingo, 3 de outubro de 2010

ROTURA


 
 
 
 
 
Todos os dias entro no mesmo dia.
Igual ao de ontem, ao de anteontem,
Ao que amanhã há-de vir.
Sei exactamente o que farei amanhã às quatro da tarde,
Assim como sei o que farei às duas,
Ou às dez.
A vida agenda programada,
Calendário viciado,
Rotina,
Destino,
Fado.
 
 

Dê-se à vida o nome que se quiser!
Eu, quero mais que isto.
Quero tudo!,
Mesmo não sabendo o que tudo é.
Quero um destino grande num tempo pequeno,
Quero partir o ponteiro que me marca a hora
E sentir!
Desregradamente,
Intemporalmente,
Excessivamente,
Toda e qualquer emoção.
Sentir!
Sem condicionantes, moralismos, ditames ditados,
Preconceitos, obstáculos, conceitos assimilados,
Sentir!
Baixar as defesas, cortar as mordaças,
Abrir os braços, rasgar carapaças.
E sentir!
Partir o ponteiro que me marca o tempo,
Que o pontua, regula e compassa:
Sina… Calendário…Destino …Farsa…
Farsa… Calendário…Destino …Vida…
E sentir!
 
Mesmo que parta a cara,
Mesmo que fique de rastos,
Mesmo que nunca mais reúna os pedaços,
Quero rasgar o peito e abrir os braços…
E sentir o pulsar, a explosão,
E viver pura, límpida, única a emoção,
E dá-la dizendo:
Esta, sou eu!
Este é o meu tempo, o meu calendário,
O meu objectivo e itinerário,
Recusar a vida, dia programado,
Viver a emoção sem tempo marcado,
E sentir a paixão que me corre nas veias
Sem limites
Sem regras
Sem pejo
Sem peias.

By Encandescente
 
   

 

"Temos muito tempo…
Mas o tempo é qualquer coisa que se corta
 num golpe súbito de tesoura,
quase sempre sem aviso.
Quatro semanas, quatro anos, quarenta (e cinco) anos…
 O tempo é apenas tempo.
É água que escorre entre os dedos das mãos.
A verdade é que não temos muito tempo.
Enquanto cometemos a tolice de ir vivendo
como se fôssemos viver…sempre,
 a nossa vida está às escuras,
à espera de um acto de coragem que lhe dê cor e sentido." 

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